Impactos da Reforma Tributária em operações interestaduais: o que já se sabe para 2026

Tempo de leitura: 11 minutos

Entenda os impactos da Reforma Tributária em operações interestaduais a partir de 2026, com foco no ICMS e no IBS, e saiba como a CLM Controller pode ajudar sua empresa a se preparar.

A discussão sobre os impactos da Reforma Tributária ganhou força nos últimos meses, especialmente após a aprovação da emenda constitucional que redesenha a tributação sobre o consumo no Brasil.

Entre os pontos mais sensíveis estão as operações interestaduais, que movimentam bilhões de reais todos os anos e envolvem setores estratégicos como indústria, logística e comércio exterior.

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), hoje pilar da arrecadação estadual, será gradualmente substituído pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Essa transição vai alterar as regras de créditos tributários, a repartição de receitas entre os estados e o fluxo de caixa das empresas que atuam em operações entre diferentes unidades da federação.

Ainda que muitas definições dependam de regulamentações complementares, já existem pontos consolidados que exigem atenção das empresas. Entender o que está definido e o que ainda precisa de detalhamento é fundamental para evitar surpresas em 2026. Por isso, continue a leitura!

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O que muda com a substituição do ICMS pelo IBS?

O que muda com a substituição do ICMS pelo IBS

A principal transformação nas operações interestaduais está no fim gradual do ICMS e na criação do IBS, um tributo de base ampla que unifica impostos estaduais e municipais. A lógica é simplificar a cobrança, reduzir litígios e alinhar o Brasil a modelos internacionais de tributação sobre o consumo.

No entanto, essa transição traz consequências diretas, como:

  • créditos tributários: hoje, empresas que compram insumos em um estado e vendem em outro precisam enfrentar regras distintas de aproveitamento de créditos de ICMS. Com o IBS, a expectativa é de neutralidade e maior clareza sobre os créditos, já que o imposto será cobrado no destino;
  • fim da guerra fiscal: a disputa entre estados por incentivos de ICMS — tão comum em setores como automotivo e tecnologia — tende a perder força, uma vez que a arrecadação ficará centralizada e redistribuída por critérios definidos nacionalmente;
  • previsibilidade no fluxo de caixa: como o imposto passará a ser recolhido no destino, empresas precisarão rever projeções financeiras e estratégias logísticas para manter margens saudáveis.

Um exemplo de como uma dessas mudanças pode acontecer na prática: imagine uma indústria paulista que vende regularmente para distribuidores no Nordeste. 

Hoje, parte significativa do ICMS arrecadado fica com São Paulo. Com a nova regra, o imposto será destinado ao estado de destino, alterando tanto o preço final da operação quanto a forma de apropriar créditos tributários.

Como a repartição de receitas impacta estados e empresas?

Como a repartição de receitas impacta estados e empresas

O modelo de partilha é outro ponto central. O IBS será arrecadado de forma centralizada e, posteriormente, redistribuído entre estados e municípios com base em critérios de destino, e não de origem.

Para os estados consumidores, como os do Norte e Nordeste, isso representa aumento de arrecadação. Já os estados produtores, como São Paulo e Paraná, terão de lidar com a redução gradual da fatia que recebem atualmente.

Na prática, isso traz efeitos importantes para as empresas, como:

  • indústria: empresas instaladas em estados produtores correm o risco de enfrentar menor atratividade em termos de incentivos fiscais. Isso exige reavaliação da cadeia de suprimentos e até de estratégias de localização de plantas fabris;
  • logística: transportadoras e operadores logísticos precisarão rever contratos e margens, já que a mudança tende a afetar a formação de preços de fretes interestaduais;
  • comércio exterior: exportadores devem avaliar como os novos créditos de IBS serão tratados, já que a desoneração das exportações continuará existindo, mas com regras possivelmente diferentes das atuais.

É importante destacar que o redesenho da arrecadação exige que as empresas revisem desde a precificação até as estratégias de expansão para outros estados.

Quais pontos já estão definidos e quais ainda aguardam regulamentação?

Quais pontos já estão definidos e quais ainda aguardam regulamentação

O texto aprovado da Reforma Tributária traz um desenho geral, mas muitos aspectos dependem de leis complementares e de definições que ainda serão debatidas até 2026.

Os pontos já definidos:

  • substituição gradual do ICMS, ISS, PIS e Cofins pelo IBS e pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços, de caráter federal);
  • cobrança no destino, e não mais na origem;
  • neutralidade tributária, ou seja, não haverá aumento global da carga tributária sobre o consumo;
  • extinção progressiva dos incentivos fiscais relacionados ao ICMS.

Aspectos ainda pendentes:

  • alíquotas do IBS e da CBS;
  • critérios detalhados de repartição entre estados e municípios;
  • tratamento específico para setores estratégicos (como combustíveis, telecomunicações e agronegócio);
  • regras operacionais para créditos e compensações.

Esse cenário de transição gera incertezas, mas também abre espaço para simulações de impacto. Empresas que saírem na frente terão vantagem competitiva ao ajustar preços, margens e modelos de negócio.

De que forma a Reforma Tributária pode afetar preços, margens e fluxo de caixa?

De que forma a Reforma Tributária pode afetar preços, margens e fluxo de caixa

A substituição do ICMS pelo IBS tende a gerar uma redistribuição de custos ao longo das cadeias produtivas. Empresas precisarão entender como os impactos da Reforma Tributária influenciam não só a tributação direta, mas também as margens e a precificação final.

A seguir, alguns cenários projetados para 2026 com base no que já está definido pela emenda constitucional, mas ainda sujeitos a ajustes conforme a regulamentação complementar.

Indústria têxtil em Santa Catarina

Indústria têxtil em Santa Catarina

Hoje, a indústria têxtil catarinense aproveita incentivos estaduais de ICMS. Com a transição para o IBS centralizado e o fim progressivo da guerra fiscal, parte dessa vantagem deixará de existir. 

O resultado esperado é a pressão sobre as margens, exigindo maior eficiência operacional para manter a competitividade.

 

 

Operadora logística em Goiás

Operadora logística em Goiás

Nas operações de transporte interestadual, a lógica do ICMS atual será substituída pela cobrança no destino. Isso significa que clientes localizados em estados consumidores terão uma carga tributária maior, o que tende a reduzir a demanda e pressionar preços de frete.

 

 

 

Exportadora de soja no Mato Grosso

Exportadora de soja no Mato Grosso

As exportações continuarão desoneradas no novo modelo, mas a forma de cálculo e restituição de créditos acumulados mudará. Para o setor de commodities, isso pode afetar o fluxo de caixa, já que ainda não há definição sobre prazos e mecanismos de devolução desses créditos.

Em todos esses cenários, a antecipação é decisiva. Empresas que aguardarem a regulamentação para só então agir terão pouco tempo para ajustes estruturais, o que aumenta o risco de perda de competitividade.

 

Como as empresas podem se preparar desde já para 2026?

Como as empresas podem se preparar desde já para 2026

Embora muitas regras da Reforma Tributária ainda dependam de regulamentação, as empresas não podem esperar passivamente. O tempo até 2026 deve ser usado como uma janela de adaptação, planejamento e revisão estratégica.

Confira algumas práticas para adotar e se preparar para o novo cenário.

Mapear operações interestaduais

O primeiro passo é entender a fundo o volume de vendas, compras e transferências realizadas entre diferentes estados. Esse mapeamento ajuda a projetar os efeitos do IBS sobre preços, margens e até mesmo sobre a viabilidade de determinados canais de distribuição.

Revisar contratos de fornecimento e logística

Cláusulas de reajuste e de formação de preços precisarão de atualização, já que a carga tributária será redistribuída entre estados consumidores e produtores. Antecipar essa revisão reduz riscos de litígios e dá mais previsibilidade às negociações comerciais.

Realizar simulações tributárias

Simulações com diferentes cenários de alíquotas do IBS e da CBS ajudam a prever impactos em margens e fluxo de caixa. Trabalhar com hipóteses diversas permite criar planos de contingência que fortalecem a tomada de decisão.

Acompanhar regulamentações

Ter uma equipe interna ou consultoria especializada dedicada a acompanhar os avanços legislativos e técnicos é fundamental. Assim, a empresa garante respostas rápidas a mudanças e evita ser surpreendida por novas regras.

Investir em compliance e tecnologia

A transição do ICMS para o IBS vai exigir maior automação e precisão nos cálculos fiscais. Sistemas de gestão tributária atualizados e processos de compliance sólidos reduzem riscos de erro e aumentam a confiabilidade das informações.

Um erro comum seria esperar pela definição final das alíquotas para agir. Ainda que as taxas exatas não estejam confirmadas, já é possível simular diferentes hipóteses e criar planos de contingência. Quem começar cedo terá mais clareza para ajustar precificação, margens e estrutura de custos.

Qual é o papel da CLM Controller nesse processo de adaptação?

Qual é o papel da CLM Controller nesse processo de adaptação

A transição para o IBS exigirá mais do que acompanhamento de notícias — será necessário ter análises robustas, simulações de impacto e uma estratégia tributária bem estruturada. É nesse ponto que a CLM Controller se destaca como parceira estratégica.

O apoio envolve desde o diagnóstico detalhado das operações atuais até a construção de cenários para 2026. Entre as frentes de atuação, destacam-se:

  • planejamento tributário: avaliação de riscos e oportunidades trazidas pela Reforma, considerando as particularidades de cada setor e estado de atuação;
  • simulações financeiras: modelagem de margens e fluxo de caixa em diferentes cenários de alíquotas, ajudando gestores a tomar decisões antecipadas;
  • adequação de sistemas e processos: preparação dos controles contábeis e fiscais para absorver o novo modelo de arrecadação;
  • capacitação da equipe: treinamentos para que áreas financeira, fiscal e logística estejam alinhadas às mudanças;
  • suporte contínuo: acompanhamento das regulamentações até 2026, garantindo que ajustes sejam implementados no tempo certo.

Um exemplo prático: imagine uma empresa de logística que realiza operações de transporte entre São Paulo e estados do Nordeste. Com a mudança, a base de tributação será alterada, afetando diretamente a precificação de fretes. 

Nesse contexto, a CLM Controller tem o potencial de realizar simulações personalizadas, de modo a ajudar a definir novas estratégias comerciais e evitar a perda de competitividade.

As mudanças trazidas pela Reforma Tributária vão alterar de forma definitiva as operações interestaduais. O fim do ICMS e a criação do IBS redefinirão a lógica de arrecadação e exigirão das empresas um novo olhar sobre margens, preços e fluxo de caixa.

Diante dos impactos da Reforma Tributária, antecipar ajustes é a melhor estratégia para evitar perda de competitividade e custos adicionais. A CLM Controller apoia empresas nesse processo com planejamento tributário e simulações de impacto, preparando gestores para uma transição mais segura até 2026.

Quer entender como a Reforma Tributária vai impactar suas operações e já se preparar para 2026? Entre em contato com a CLM Controller e descubra como transformar esse desafio em oportunidade para o seu negócio.

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