IRPJ: alíquotas, forma de cálculo e tudo que você precisa saber

Tempo de leitura: 9 minutos

O IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) é um tributo obrigatório e um dos mais importantes para empresas no Brasil.

 

 

Sua correta apuração é essencial para evitar erros fiscais, manter a conformidade legal e até mesmo pagar menos impostos.

No entanto, as regras para o IRPJ podem gerar dúvidas, especialmente em relação às alíquotas, formas de cálculo e à declaração de imposto de renda pessoa jurídica.

Neste artigo, abordaremos tudo que você precisa saber sobre o IRPJ, incluindo como calcular o imposto, quem deve declarar, e as diferenças entre os regimes tributários lucro presumido x lucro real.

Também explicaremos como a Lei nº 9.430/1996 regula a apuração do IRPJ e como evitar os erros mais comuns. Continue lendo para garantir que sua empresa esteja em dia com suas obrigações fiscais.

O que é IRPJ?

O Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) é um tributo federal obrigatório para todas as empresas, com exceção das isentas ou imunes, como entidades filantrópicas e religiosas.

Ele pode incidir sobre o faturamento ou lucro auferido pela empresa, ou seja, sobre o resultado das atividades econômicas realizadas durante o período de apuração.

A regulamentação do IRPJ é estabelecida pela Lei nº 9.430/1996, que define os critérios para cálculo, recolhimento e declarações obrigatórias.

Sua apuração pode ser feita de forma trimestral ou anual, dependendo do regime tributário adotado pela empresa.

Quem deve declarar IRPJ?

A obrigatoriedade de declarar o imposto de renda pessoa jurídica abrange praticamente todas as empresas constituídas no Brasil. Entre as principais categorias, estão:

  • Empresas tributadas pelo Lucro Real: Obrigadas a declarar o IRPJ trimestralmente ou anualmente.
  • Empresas no Lucro Presumido: Calculam e declaram o IRPJ com base em percentuais fixos sobre o faturamento.
  • Empresas no Simples Nacional: Incluem o IRPJ no recolhimento unificado do Simples, mas devem cumprir obrigações acessórias que informam o valor devido.
  • Empresas de grande porte ou instituições financeiras: São obrigadas a declarar pelo Lucro Real.

Além disso, é fundamental que a declaração de imposto de renda pessoa jurídica seja feita corretamente, evitando erros que possam gerar multas e penalidades.

Alíquotas do IRPJ

A alíquota geral do IRPJ é de 15% sobre o lucro tributável. No entanto, existe um adicional de 10% que incide sobre lucros superiores a R$ 20.000,00 por mês ou R$ 60.000,00 por trimestre.

Exemplo de cálculo:

Se uma empresa apresenta um lucro tributável de R$ 100.000,00 em um trimestre:

  • 15% sobre R$ 100.000,00 = R$ 15.000,00
  • Adicional de 10% sobre R$ 40.000,00 (lucro que excede R$ 60.000,00) = R$ 4.000,00
  • Total de IRPJ devido: R$ 19.000,00

O cálculo pode variar de acordo com o regime tributário mais adotado, como explicaremos a seguir.

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Como calcular o IRPJ nos diferentes regimes tributários?

A forma de cálculo do imposto de renda pessoa jurídica depende diretamente do regime tributário escolhido pela empresa. Vamos analisar cada um:

1.Lucro Real

No regime de Lucro Real, o IRPJ é calculado com base no lucro líquido ajustado, conforme definido pela Lei nº 9.430/1996.

Esse modelo é obrigatório para empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões anuais ou que exercem atividades específicas, como instituições financeiras.

Como calcular o IRPJ no Lucro Real:

  1. Apure o lucro líquido contábil da empresa.
  2. Faça os ajustes fiscais necessários (adições e exclusões previstas em lei).
  3. Aplique as alíquotas de 15% e o adicional de 10%, se aplicável.

Esse regime é indicado para empresas com margens de lucro reduzidas ou altos custos operacionais, pois permite deduzir despesas reais.

2.Lucro Presumido

No Lucro Presumido, a base de cálculo do IRPJ é determinada com base em uma presunção de lucro sobre o faturamento bruto. Essa presunção varia de acordo com a atividade da empresa:

  • Comércio e Indústria: 8%
  • Prestação de serviços: 32%

Como calcular o IRPJ no Lucro Presumido:

  1. Multiplique o faturamento pelo percentual de presunção (ex.: 32% para serviços).
  2. Aplique as alíquotas de 15% e o adicional de 10%, se aplicável.

Por exemplo, uma empresa de prestação de serviços com faturamento trimestral de R$ 500.000,00 terá uma base de cálculo de R$ 160.000,00 (32%).

O IRPJ será:

  • 15% sobre R$ 160.000,00 = R$ 24.000,00
  • Adicional de 10% sobre R$ 100.000 (lucro que excede R$ 60.000,00) = R$ 10.000,00
  • Total de IRPJ devido: R$ 34.000,00

3.Simples Nacional

No Simples Nacional, o IRPJ está incluído na guia unificada de impostos (DAS). As alíquotas variam conforme a faixa de faturamento e o anexo em que a empresa se enquadra.

Embora simplificado, o Simples exige atenção para evitar erros fiscais e garantir que o IRPJ seja corretamente apurado.

Como evitar erros fiscais no IRPJ?

Erros fiscais na apuração do IRPJ podem gerar multas elevadas e complicações com a Receita Federal. Os principais cuidados incluem:

  • Manter a contabilidade atualizada: A falta de registros precisos pode levar a apurações incorretas.

 

  • Cumprir prazos: A declaração e o pagamento do IRPJ devem ser realizados dentro dos prazos legais.

 

  • Interpretar corretamente a legislação: A Lei nº 9.430/1996 estabelece regras específicas para ajustes fiscais, que devem ser seguidas à risca.

Como declarar imposto de renda pessoa jurídica?

A declaração de imposto de renda pessoa jurídica é realizada por meio do programa ECF (Escrituração Contábil Fiscal), disponibilizado pela Receita Federal.

Esse documento reúne informações sobre a apuração do IRPJ e deve ser enviado anualmente.

Passos para fazer a declaração:

  1. Reúna as informações contábeis e fiscais do ano-calendário.
  2. Preencha o programa ECF com os dados da empresa.
  3. Submeta a declaração dentro do prazo estabelecido.

Posso mudar de regime tributário?

Sim, é possível alterar o regime tributário da empresa no início de um novo ano-calendário.

Por exemplo, uma empresa que opta pelo Lucro Presumido pode migrar para o Lucro Real ou vice-versa, desde que cumpra os critérios de cada regime.

A decisão deve ser baseada em um planejamento tributário detalhado, para identificar a opção mais vantajosa.

IRPJ: obrigatoriedade e impacto nas micro e pequenas empresas

Embora o IRPJ seja amplamente discutido no contexto de grandes empresas, sua aplicação a micro e pequenas empresas (MPEs) também é relevante.

Empresas optantes pelo Simples Nacional recolhem o IRPJ de forma unificada no DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), simplificando a tributação para prestadores de serviços, estabelecimentos comerciais e indústrias.

No entanto, negócios que ultrapassam o limite de faturamento do Simples Nacional podem ser obrigados a migrar para regimes como Lucro Presumido ou Lucro Real, onde a apuração do IRPJ é mais detalhada.

Diferenças entre IRPJ trimestral e IRPJ anual

O IRPJ pode ser apurado de forma trimestral ou anual, dependendo do regime tributário da empresa e de sua escolha estratégica.

Explicar as diferenças entre essas modalidades de apuração pode ajudar os leitores a compreenderem qual opção é mais vantajosa para seu negócio.

Apuração trimestral:

  • A cada três meses, a empresa calcula e paga o IRPJ com base no lucro obtido no trimestre.
  • Oferece previsibilidade no fluxo de caixa.

Apuração anual:

  • Aplica-se ao regime de Lucro Real, permitindo pagamentos mensais baseados em estimativas.
  • No encerramento do exercício, a empresa realiza ajustes para apurar o lucro efetivo e corrigir eventuais diferenças.

Essa flexibilidade permite um planejamento tributário mais eficaz, ajustando os pagamentos à sazonalidade e ao desempenho financeiro do negócio.

IRPJ: impacto do planejamento tributário no Lucro Presumido e Lucro Real

Explorar como o planejamento tributário pode reduzir o impacto do IRPJ é um complemento valioso ao artigo.

Empresas que operam no regime de Lucro Presumido ou Lucro Real podem se beneficiar de estratégias que incluem:

 

  • Identificação de deduções permitidas: No Lucro Real, despesas operacionais, financeiras e de investimentos podem ser abatidas, reduzindo a base de cálculo.

 

  • Aproveitamento de incentivos fiscais: Algumas atividades econômicas contam com benefícios que reduzem a carga tributária.

 

  • Simulações de cenários: Avaliar se a apuração trimestral ou anual traz maior vantagem financeira.

Penalidades relacionadas ao IRPJ: multas e consequências

O não cumprimento das obrigações relacionadas ao IRPJ pode gerar multas significativas e outras penalidades fiscais.

Incluir informações sobre as sanções aplicáveis ajuda os leitores a compreenderem a importância de uma gestão fiscal rigorosa.

Principais penalidades:

  • Multa por atraso na entrega da ECF: A falta de envio pode acarretar multas.

 

  • Multa por recolhimento insuficiente: O pagamento parcial ou incorreto do IRPJ está sujeito a multas de até 20% sobre o valor devido.

 

  • Juros e encargos: Valores não pagos são corrigidos pela taxa SELIC, além de juros adicionais.

Relação entre IRPJ e CSLL

A CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) é frequentemente apurada em conjunto com o IRPJ, pois ambos compartilham a base de cálculo: o lucro líquido ajustado ou o faturamento.

No entanto, as finalidades e alíquotas de cada tributo diferem.

Diferenças:

  • IRPJ: Utilizado para financiar o orçamento da União, com alíquota de 15% (mais adicional de 10% sobre lucros superiores a R$ 60.000/trimestre).
  • CSLL: Voltada ao financiamento da seguridade social, com alíquota de 9% (ou 15% para instituições financeiras).

Ao destacar essa relação, o artigo reforça a importância de entender ambos os tributos para evitar erros fiscais.

Como a CLM Controller Contabilidade pode ajudar?

Entender o IRPJ, suas alíquotas e formas de cálculo é fundamental para garantir a saúde fiscal da sua empresa.

No entanto, a complexidade da legislação e a possibilidade de erros fiscais tornam indispensável o suporte de especialistas.

A CLM Controller Contabilidade oferece assessoria completa para apuração e declaração do IRPJ, além de ajudar você a escolher o regime tributário ideal e evitar multas.

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