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Entenda como a reforma tributária e Lucro Presumido se alinham e impactam as empresas. — e prepare-se para o novo IVA.
A reforma tributária e o Lucro Presumido vão colidir em breve. O novo sistema de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) previsto pela reforma deve provocar uma reestruturação completa do regime de tributação simplificada.
O novo paradigma exige que empresas repensem processos, sistemas e até mesmo sua estratégia de negócio. Ignorar essa mudança é abrir mão da previsibilidade fiscal que muitos empreendedores valorizam.
Ainda não está claro se o Lucro Presumido será extinto ou adaptado à nova realidade, mas os sinais apontam para um futuro onde ele perderá relevância ou competitividade. Por isso, quem se enquadra nesse regime precisa começar desde já a se preparar para o IVA dual. Neste artigo, você vai entender os principais impactos da reforma e como se antecipar às exigências do novo modelo. Boa leitura!
O que muda para o Lucro Presumido com a chegada do novo IVA?
O Lucro Presumido, hoje adotado por milhares de empresas brasileiras, funciona como uma alternativa mais simples ao Lucro Real. Ele define a base de cálculo de tributos federais a partir de uma presunção de lucro, facilitando a apuração e o recolhimento.
Com a reforma tributária, no entanto, esse modelo pode ser descontinuado ou significativamente alterado. O novo IVA dual unifica tributos sobre consumo em duas frentes:
- a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal;
- o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de competência estadual e municipal.
Ambos são cobrados de forma não cumulativa e sobre o valor agregado, exigindo que empresas registrem com precisão todas as operações e seus créditos tributários. É um sistema mais transparente, mas também mais complexo para quem vinha operando com um modelo simplificado.
Outro ponto de atenção é que o regime do Lucro Presumido não se adapta bem à lógica do IVA, que exige rastreabilidade total nas operações. A transparência, nesse novo contexto, será um ativo — e também um desafio, já que boa parte das empresas hoje não possui estrutura para isso.
Como o novo modelo de IVA dual afeta a rotina fiscal das empresas?
A principal mudança está na forma de apuração. Com o Lucro Presumido, muitas empresas sequer precisam de um sistema de gestão sofisticado. Com o IVA, isso muda completamente. A apuração passa a exigir controle detalhado de créditos e débitos fiscais, já que o imposto incide apenas sobre o valor agregado.
Na prática, isso significa:
- necessidade de ERPs integrados para registro em tempo real;
- maior rigidez na emissão de notas fiscais e no controle de entradas e saídas;
- riscos elevados em caso de inconsistências ou falhas de apuração;
- aumento da dependência de assessorias contábeis com expertise em tributação indireta.
Além disso, será fundamental manter documentação atualizada e sistemas de compliance tributário mais robustos. O foco na conformidade fiscal crescerá, ampliando o peso de auditorias, cruzamentos eletrônicos e exigências automatizadas.
Empresas que não investirem em estrutura e conhecimento técnico podem enfrentar dificuldades não apenas na transição, mas na sobrevivência em um ambiente regulatório mais rigoroso.
Quais os riscos de aumento de carga tributária para quem está no Lucro Presumido?
Para muitas empresas de serviços, o Lucro Presumido oferece uma carga efetiva de tributação bem inferior à que seria obtida pelo Lucro Real. Com a implementação do IVA dual, essa vantagem tende a desaparecer.
Além desse detalhe, quais são os riscos de aumento de carga tributária para quem se enquadra nesse regime? Vamos descobrir.
Prejuízo para setores com baixa geração de créditos fiscais
Setores com baixa cadeia de créditos fiscais e alta dependência de mão de obra, como serviços profissionais, saúde, educação, advocacia, consultoria, entre outros, serão duramente impactados, uma vez que a lógica do IVA é baseada na compensação entre o que se paga e o que se recebe de tributos ao longo da cadeia produtiva.
Nessas atividades, o custo principal está na folha de pagamento, e não na aquisição de insumos tributáveis que gerem créditos. Como os salários não geram créditos de IVA, essas empresas ficam com poucos meios para abater os valores pagos ao longo da cadeia.
Enquanto indústrias ou comércios conseguem recuperar boa parte do imposto pago na aquisição de mercadorias e matérias-primas, empresas intensivas em serviços acabam arcando com o imposto “cheio” sobre seu valor agregado, sem muita possibilidade de compensação.
Isso gera um efeito de aumento real na carga tributária, tornando o negócio menos competitivo e pressionando margens de lucro que já costumam ser apertadas.
Redução da flexibilidade de planejamento tributário
Outro fator de atenção é que, com a padronização do sistema, as particularidades de cada setor tendem a ser reduzidas.
Esse novo paradigma afeta a flexibilidade de planejamento tributário e obriga as empresas a buscar alternativas mais estruturadas para manter sua competitividade. A margem para enquadramentos estratégicos ou regimes especiais será drasticamente reduzida.
Impacto direto na precificação e nas margens de lucro
Em um ambiente com menos margem de manobra e mais exigências técnicas, qualquer aumento de carga se traduz diretamente em redução de margem.
Desse modo, a capacidade de precificação, renegociação com clientes e o equilíbrio financeiro do negócio são afetados. Em segmentos altamente competitivos, esse risco se multiplica.
Atraso na adaptação pode significar perdas irreversíveis
Por isso, o planejamento tributário passa a ser urgente. Empresas que ficarem inertes poderão perder competitividade frente a concorrentes mais preparados.
O impacto na rentabilidade pode ser expressivo — e, muitas vezes, silencioso, até que seja tarde. A transição fiscal exige tempo, dados confiáveis e apoio especializado. Adiar esse movimento é um risco que poucos podem assumir.
Por que entender a reforma tributária é urgente para quem ainda está no Lucro Presumido?
A implantação do novo sistema será gradual, mas os impactos começam bem antes da vigência. A fase de transição prevê convívio entre sistemas antigos e novos, o que exige uma estrutura contábil robusta e atualizada.
Empresas que não se anteciparem a essa mudança correm riscos, como:
- recolher impostos em duplicidade ou com erros;
- deixar de aproveitar créditos fiscais importantes;
- enfrentar autuações por descumprimento de normas;
- sofrer atrasos nos repasses e prejuízos no fluxo de caixa.
Também será necessário repensar a forma como os dados fiscais são tratados e arquivados. O novo modelo exige integração entre áreas e visão mais ampla dos impactos tributários sobre o negócio. Se antes o departamento fiscal era visto como um centro de custo, agora ele se torna uma área estratégica para a sustentabilidade financeira.
Compreender a reforma e mapear seus impactos é o primeiro passo para atravessar essa transição com segurança. Quanto antes sua empresa começar esse processo, maior será a margem para ajustes e correções.
O que sua empresa precisa revisar agora para não perder competitividade com o IVA?
O momento é de revisão estratégica. A adoção do IVA exigirá mais do que adequação contábil: é uma mudança que afeta toda a gestão do negócio.
Nesse contexto, algumas iniciativas são recomendadas:
- revisar o enquadramento tributário atual e simular diferentes cenários;
- investir em automação fiscal e ERPs adaptados ao novo modelo;
- capacitar a equipe contábil para lidar com a tributação não cumulativa;
- avaliar impactos na precificação e margens operacionais.
Além disso, vale considerar a revisão de contratos com fornecedores e clientes, pois a nova tributação poderá afetar repasses e responsabilidades fiscais. Em setores com margens reduzidas, esse tipo de análise pode evitar perdas financeiras significativas.
Empresas que exportam ou possuem filiais em diferentes estados também precisam ficar atentas à nova dinâmica do IBS, que incorpora aspectos do ICMS e do ISS. A complexidade aumentará antes de reduzir — e quem se preparar agora sairá na frente.
Revisar contratos e a estrutura societária também pode fazer sentido, dependendo da complexidade do negócio. A reorganização empresarial pode ser um caminho interessante para aproveitar créditos, reorganizar centros de custo ou até mesmo reavaliar o modelo de operação.
Como a CLM Controller pode apoiar sua empresa na transição tributária?
A CLM Controller atua com foco em planejamento tributário personalizado, auxiliando empresas na migração entre regimes e na interpretação de cenários fiscais complexos. Nesse contexto, a assessoria especializada é um diferencial estratégico.
Com apoio da CLM, sua empresa obtém os seguintes benefícios:
- antecipar mudanças e planejar-se com previsão de cenários;
- identificar oportunidades de crédito e de reestruturação fiscal;
- reduzir riscos de autuações e retrabalho contábil;
- otimizar a transição para o novo modelo com segurança e agilidade.
A equipe da CLM combina conhecimento técnico, visão de negócio e atualização constante com as normas da reforma. Isso permite a construção de soluções personalizadas, que respeitam a realidade de cada cliente e valorizam a previsibilidade tributária.
Mais do que cumprir normas, o papel da consultoria contábil neste momento é oferecer caminhos seguros para que a empresa mantenha competitividade e saúde financeira. A transição para o novo modelo será desafiadora — mas, com apoio especializado, também pode representar uma oportunidade estratégica.
Nesse sentido, buscar suporte especializado agora é o caminho mais inteligente para transformar a reforma tributária em oportunidade, e não em prejuízo.
A transição entre a reforma tributária e o Lucro Presumido será decisiva para a sustentabilidade de muitos negócios. Quem se antecipa, entende os riscos e ajusta sua estratégia, larga na frente. Não espere o impacto bater à porta: comece hoje a preparar sua empresa para o novo IVA.
Quer garantir que sua empresa supere os desafios da reforma tributária e Lucro Presumido com segurança? Fale com a CLM Controller e conte com uma contabilidade estratégica ao seu lado — preparada para transformar mudanças fiscais em vantagem competitiva para o seu negócio.