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Entender todos os aspectos dos encargos sobre o 13º salário e saber organizá-los corretamente no eSocial pode ser um divisor de águas.
Para as empresas, esse período exige um olhar atento aos compromissos legais, sendo o pagamento do 13º salário um dos mais aguardados pelos trabalhadores e, ao mesmo tempo, um dos principais desafios para a gestão contábil e financeira.
Não se trata apenas de cumprir uma obrigação, mas de assegurar o bem-estar dos funcionários enquanto a sustentabilidade financeira da empresa é preservada. Uma falha, por menor que pareça, pode resultar em inconsistências, multas e dores de cabeça. Por isso, o planejamento faz toda diferença.
O que é o 13º salário e por que exige tanta atenção?
Poucos benefícios possuem o impacto social e financeiro do 13º salário. Criado como uma forma de reconhecer o esforço do trabalhador ao longo do ano, ele movimenta a economia, ajuda nas compras festivas e, principalmente, representa um direito conquistado há décadas.
Para as empresas, contudo, a tarefa vai além do simples pagamento:
- É necessário calcular corretamente o valor devido para cada colaborador, considerando meses trabalhados e possíveis afastamentos;
- Há uma lista de obrigações acessórias: recolhimentos de INSS, FGTS, IRRF e informações ao eSocial;
- O fluxo de caixa pode ser impactado se não houver uma boa estratégia de provisão.
O 13º não aceita improvisos. Seu impacto é extenso e o risco de erros costuma crescer conforme a empresa deixa o planejamento para o último trimestre.
Quais cuidados exigem os encargos do 13º salário?
Quando se fala em encargos relacionados ao décimo terceiro, é impossível tratar apenas do valor creditado ao colaborador. A legislação determina a incidência de diversas contribuições, e as obrigações variam conforme o regime tributário da empresa. Porém, pontos básicos estão presentes em todos os negócios:
O detalhamento dos cálculos é a chave para evitar problemas e custos indevidos.
- INSS: O 13º integra a base de cálculo para previdência social, devendo ser declarado e recolhido à parte, em guias específicas para a folha de dezembro.
- FGTS: O depósito do Fundo sobre o 13º ocorre junto à primeira e à segunda parcela, em valores proporcionais ao pagamento.
- IRRF: Em muitos casos, há desconto de imposto de renda diretamente no pagamento do abono.
A importância do provisionamento: como não comprometer o caixa
Um aspecto pouco explorado, mas decisivo, é o provisionamento mensal do valor destinado ao 13º e seus encargos. Muitos empresários, principalmente donos de pequenas e médias empresas, sentem o peso do pagamento concentrado no fim do ano.
A recomendação de especialistas como a equipe da CLM Controller é distribuir o impacto financeiro ao longo dos 12 meses.
Funciona assim:
- Calcule o valor do 13º para cada funcionário com base no salário atual dividido por 12.
- Acrescente a média dos adicionais que compõem a remuneração (hora extra, comissões, etc.).
- Sobre cada mês, reserve uma fração correspondente dessa despesa (incluindo encargos).
Ao adotar esse hábito, a empresa evita surpresas desagradáveis, principalmente se precisar honrar o pagamento em meses de receitas menores devido a sazonalidades.
Como o 13º salário impacta os encargos sociais?
A folha de pagamento referente ao décimo terceiro é considerada uma folha complementar. Segundo dados da orientação do Manual do Empregador Doméstico do eSocial, o adiantamento do 13º equivale a 50% do salário contratual, pago até 30 de novembro, sendo que o FGTS sobre o valor é recolhido proporcionalmente, e as contribuições sociais (INSS) só devem ser quitadas na folha de dezembro.
Na prática, isso gera dois reflexos para o empregador:
- O recolhimento do FGTS é rateado entre a primeira e a segunda parcela, acompanhando os pagamentos;
- O INSS só incide de fato sobre o valor total no mês de dezembro, independentemente do valor já antecipado na primeira parcela.
Para empresas que possuem colaboradores afastados por licença, contratos suspensos ou jornadas alternadas, é necessário avaliar a proporcionalidade desses encargos, evitando o pagamento indevido ou a omissão de valores devidos, conforme as diretrizes para situações de calamidade pública previstas em Nota Técnica da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.
Etapas do cálculo do 13º e dos encargos
O cálculo do décimo terceiro mistura detalhes. Por isso, é bom pontuar de maneira clara cada passo.
- Identificação do período trabalhado: Descubra por quantos meses o colaborador trabalhou no ano, considerando frações iguais ou superiores a 15 dias como mês integral.
- Apuração do salário-base: Somam-se salário fixo, adicional de periculosidade/insalubridade, médias de horas extras, adicionais noturnos, comissões e gratificações.
- Proporcionalidade: Empregados admitidos durante o ano ou afastados têm valor reduzido proporcional ao tempo efetivamente trabalhado.
- Primeira parcela: Geralmente paga até 30 de novembro, representa cerca de 50% do valor calculado.
- Segunda parcela: Paga até 20 de dezembro, descontando INSS, FGTS (incidência apenas para empregador), IRRF (quando devido) e eventuais adiantamentos.
- Lançamentos e conferências: Os valores pagos e encargos incidentes devem ser informados corretamente nos sistemas (como o eSocial), e os recolhimentos realizados dentro do prazo legal.
Um erro na base pode gerar um efeito cascata de inconsistências e multas.
Impactos do 13º salário no eSocial
O eSocial representa um grande avanço na integração de informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais. Porém, suas exigências detalhadas também multiplicaram as chances de equívocos burocráticos. Cada dado informado, valores pagos, datas, descontos, recolhimentos, deve bater com o restante da contabilidade empresarial.
Falhas como atrasos, diferenças de valores ou omissões de rubricas (eventuais adicionais, descontos não previstos) são detectadas automaticamente pelo sistema, podendo bloquear a transmissão de arquivos, gerar notificações, multas e atrasar certidões negativas.
O exemplo recente compartilhado pelo próprio eSocial sobre a correção do erro no fechamento referente à integração da DCTFWeb e cálculo do PIS sobre folha salarial acentua como pequenos detalhes podem travar grandes rotinas e devem ser acompanhados de perto.
Erros comuns e como evitá-los
As situações são variadas, mas o desfecho é quase sempre o mesmo: quanto mais ágil a correção e maior o acompanhamento contábil, menor o impacto para o negócio.
- Pagamento do 13º com base no salário errado (após reajuste não comunicado);
- Omissão de adicionais variáveis na apuração mensal, gerando diferenças para funcionários com muitas horas extras ou comissões;
- Envio dos eventos ao eSocial com rubrica de verba indevida, causando bloqueio no fechamento da folha;
- Não observância de afastamentos relacionados à pandemia, resultando em pagamento maior que o tempo de serviço devido;
- Atraso nos recolhimentos por interpretação equivocada dos prazos entre INSS e FGTS;
- Convergência de múltiplos erros, acumulando multas e obrigando auditorias internas para corrigir.
Boas práticas nos cálculos dos encargos do 13º salário
A experiência compartilhada por escritórios como a CLM Controller demonstra que a rotina bem-sucedida no 13º salário se apoia menos na tecnologia e mais no método. Algumas práticas que se provaram eficazes:
- Provisionar mês a mês: Separar pequenas frações do salário (e encargos) todo mês reduz o impacto no final do ano.
- Revisar contratos: Atualizações ou alterações em salários, adicionais e afastamentos ao longo do ano devem ser revisados antes de calcular o 13º.
- Simulações prévias: Utilização de planilhas ou módulos simuladores auxilia na antecipação de valores exatos, prevenindo surpresas na folha.
- Checagem de parâmetros no eSocial: Verifique se a rubrica está configurada corretamente e se não existem campos obrigatórios em branco. Isso reduz rejeições e retrabalho.
- Conferência dos recolhimentos: Batimento dos valores apurados com os recolhidos. Qualquer divergência pode gerar passivos futuros, e multas que dificilmente serão descartadas sem justificativa consistente.
- Apoio contábil especializado: Um gestor pode cuidar da parte tática, mas a expertise de uma consultoria faz diferença diante de mudanças legais ou situações não previstas na rotina comum.
Planejar os encargos sobre o 13º salário vai além de um mero ritual contábil: é uma decisão estratégica que protege o caixa da empresa, cumpre a legislação trabalhista e traz tranquilidade para lideranças e colaboradores.
A tecnologia, como o eSocial, exige atenção aos detalhes, e o apoio constante de uma estrutura contábil estruturada, como a da CLM Controller, permite que empresas tenham clareza dos riscos e segurança em cada encerramento de folha.
A previsibilidade traz confiança. A confiança, resultados.
O que a CLM Controller recomenda sobre encargos trabalhistas e redução de riscos?
A CLM Controller, com sua vivência acumulada ao longo de 40 anos, observa que a prevenção se mostra sempre mais vantajosa do que a correção. Casos envolvendo falhas no cálculo da contribuição previdenciária patronal após a inclusão do 13º salário na folha mensal evidenciam os riscos envolvidos quando há equívocos. Essa preocupação se estende a qualquer negócio, seja nacional, multinacional ou aquele estrangeiro recém-chegado ao Brasil.
A recomendação é direta: automatize tarefas rotineiras, conte com ferramentas atualizadas, mas nunca dispense a revisão manual e a consultoria regular para cruzar dados das folhas de pagamento, contratos e eventos no eSocial.
Para empresas que terceirizam processos contábeis (BPO), o elo entre sistema e contabilidade garante que as informações cheguem corretas ao fisco, reduzindo drasticamente as chances de inconsistências.
Se a sua empresa valoriza transparência, agilidade e precisa transformar obrigações em oportunidades, conheça as soluções da CLM Controller e descubra como um bom planejamento contábil pode ser o maior aliado do sucesso no ambiente empresarial, principalmente quando se trata do universo dos encargos do 13º salário.










